Durante
100 anos a ampulheta do tempo funcionou como um livro fechado, eis que durante
esses longos anos, todos se perguntavam quem foi o destemido e ousado que tão
bravamente capitaneou um navio, atravessou um oceano com uma entrega de
alimentos?
Agora,
após o desenrolar de exatos cem anos, o livro se abre, e a cada página
revela-se a face e detalhes da coragem e renúncia do “soldado desconhecido”,
que, a cada dia o acaso se decompõe e a sua obra se compõe fortalecida em cada
cabo-verdiano estudioso da espiritualidade.
Uma
história tão simples, quanto real, de um soldado que não poupou esforços morais
e nem pessoais, pois levou sua “Mensagem a Garcia”, fechada e continha um só
destino: o cais da Ilha de São Vicente, cuja tarefa consistia em apenas
entregar os alimentos, mas quem a receberia? Quem a distribuiria? Chegaria aos
famintos?
Tinha
plena consciência que se tratava do povo do chão que o viu nascer. Dessa feita,
recebeu o apoio de sua esposa e apesar dos cinco filhos no Brasil, todos
menores de 14 anos que ficaram na cidade de Santos, mesmo assim se empenhou
nessa obra sem tamanho, zarpou com sua missão e se transformou em semeador numa
terra faminta, resultante da aridez do seu solo, e muito mais carente de
espiritualidade, a qual se iniciava cientificamente no Brasil.
(Assim era Mindelo em 1908 - a data está no sêlo)
A história foi ocultada pelo próprio Augusto Messias de Burgos! - Ao longo de 100 anos a história não se revelou!