Origem do nome Burgos
Este sobrenome é muito comum na Espanha, vem do topônimo cidade de Burgos, famosa pelo seu passado histórico e de origem Castelhana, é capital da província do mesmo nome, vem da
voz corrente, portanto do latim falado "Burgus", que significa aldeia,
arrabalde ou bairro, que deriva da palavra germânica "burg", que
significa aldeia.
Em nenhum caso é citado como primeiro nome, dessa forma se configura como sobrenome, sua origem é castelhana, atualmente
difundido em toda a península Ibérica e Américas. São membros da linhagem de
comprovada nobreza das Chancelarias Reais de Granada e Valladolid, bem como na
Corte Real de Aragão.
O site Burgospedia
ao publicar estes detalhes, teve como fonte o Índice da nobreza publicada por
Dom Javier Cañadas, Arquivo Geral de Navarra e o Índice de nomes de linhagem de
Burgos e hábitos de ordens militares.
"Las armas son:
Cuartelado, 1º y 4º de gules, un castillo de oro, y 2º y 3º de azur, una flor
de lis de plata. En el abismo, un escusón de oro con un águila de sable."
A cidade histórica de Burgos
“A cidade dos príncipes e dos dragões” Oscar
Esquivias
A cidade espanhola de Burgos está localizada ao norte da península ibérica, sua altitude é de 800 a 900 metros, situada na parte mais baixa de montanhas, na confluência dos rios Arlanzón e Vena, seu clima médio é de 16ºC, porém no inverno pode descer abaixo do 0ºC, e no verão chega a se elevar acima dos 35ºC.
Pelo censo de 2016, o município registrou uma população de 176.608 habitantes, distribuída em uma área de 107,06 km², tornando-se a 36º cidade mais povoada da Espanha e a segunda da comunidade autônoma de Castilla y León.
Há evidências de assentamentos do período Neolítico, do Chalcolítico, da Idade do Bronze e da Primeira Idade do Ferro na colina do Castelo e no monte de São Miguel. Considera-se que a cidade foi fundada no ano de 884, pelo conde Diego Rodriguez Porcelos. Até o ano de 930 foi capital do município de Castilla, primeiro foi dependente do reino de Léon e independente após ação do conde Fernán González.
A cidade conta com
um cinturão verde e uma notável coleção de monumentos, no século
XIX foi renovada, mas mantém sua urbanização, herança, tanto arquitetônica como ambiental,
entre eles a Catedral de Santa Maria, expoente da arquitetura gótica, declarada
Patrimônio Mundial pela UNESCO. Além disso, a cidade é cortada pelo Caminho de
Santiago, outro Patrimônio Mundial da humanidade, está localizada a menos de 15
km o sítio arqueológico de Atapuerca, desde o ano de 2000, sob a proteção da UNESCO, e em 13 de julho de 2010, foi inaugurado na cidade, o Museu da
Evolução Humana, que expõe os fósseis mais importantes encontrados nesse local.
Abriga a sede do
Superior Tribunal de Justiça de Castilla y León e o Instituto “Castellano y
Leonés de la Lengua”.
Burgos é sede de
vários eventos internacionais, como o congresso de redes sociais “iRedes” e o evento
“Foro Burgos”, em torno do setor econômico e empresarial, ou a Gateway Fashion
of Castilla y León.
Nos últimos anos, a
cidade esteve envolvida em vários projetos, como a urbanização total do “Bulevar del Ferrocarril”, que, com cerca
de 12 km de extensão, é uma das avenidas mais longas da Europa que atravessa
grande parte da cidade do lado leste, para o lado oeste, seguindo o layout
reconstruído das trilhas de trem eliminadas.
Rodrigo Díaz de Vivar – El Cid
- O grande herói espanhol -
- O grande herói espanhol -
Rodrigo Díaz de
Vivar – El Cid nasceu em Burgos, Espanha, no ano de 1043, e em 10 de julho de 1099, com 56 anos, desencarnou na cidade de Valência.
Mas foi pelo sentido de nobreza de seu caráter, somado ao respeito que conquistou em ambos povos rivais, cristãos (castelhanos) e muçulmanos (mouros), ficou conhecido como "El Cid" (do mourisco sidi, "senhor") e de "El Campeador" (Campeão), (El Cid - El Campeão). Até hoje lembrado pelo povo espanhol como um nobre guerreiro castelhano, que viveu no século XI, época em que as terras da então Hispânia estavam divididas entre os reinos cristãos, ao norte, e mouros (muçulmanos) ao sul, tamanho foi o respeito que conquistou entre rivais, que teve em suas mãos, a oportunidade de unir a Península Ibérica entre cristãos e muçulmanos num só reino, mas preferiu ser fiel aos reis e ao vizir Al-Cadir aos quais serviu em momentos diferentes da história.
Sua lenda se formou pelos feitos da sua vida, sobretudo devido a uma canção (A Canción de Mio Cid), datada de 1207, transcrita no século XIV pelo copista
Pedro Abád, cujo manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional da Espanha, um
referencial para os cavaleiros da idade média.
A imagem que emerge
desse manuscrito é a do cavaleiro medieval ideal, forte, valente, leal,
justo e piedoso. Mas há outras fontes que lhe pintam um retrato bem menos
favorável.
Rodrigo nasceu em
Vivar, uma pequena aldeia que pertence a cidade de Burgos, capital do Reino de
Castilla. Era filho de Diego Flaínez, e de uma senhora com o sobrenome
Rodrigues, filha de Rodrigo Álvares, membro da alta nobreza castelhana.
Órfão de pai aos 15
anos foi levado para a corte do rei Fernando I de Léon, onde se tornou amigo e
companheiro do infante Sancho. Sua educação se fez no monastério de San Pedro
de Cardeña, recebendo ensinamentos sobre letras e leis.
Com a morte de
Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castilla ficou para Sancho; a Galicia
para Garcia; Léon para Alfonso; Toro para Elvira; e Zamora para a filha Urraca. Ocorre que Sancho não concordou com a
divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna, sob
sua coroa, e nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo Dias de Vivar, nomeado
Alferes do reino.
Rodrigo tinha 23
anos quando venceu, em combate singular, o alferes de Navarra, Jimeno Garcés,
façanha que lhe valeu a alcunha de "Campeador", e já no ano seguinte
começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros.
Investindo contra o
irmão Alfonso (Batalha de Golpejera), Sancho tomou-lhe o reino de Léon e, em
seguida, voltou-se contra Zamora, empreendendo o cerco do castelo onde vivia
Urraca. Foi durante esse cerco que ele foi assassinado, a traição, por Bellido
Dolfos, suspeito de ser agente de Alfonso.
Sancho não deixou
herdeiros e Alfonso VI tornou-se rei de Castilla. Mas só foi coroado depois de
prestar o Juramento de Santa Gadea, exigido por Rodrigo, eximindo-se de
qualquer envolvimento na morte do irmão.
Após esse episódio,
as relações entre o rei Alfonso VI, de caráter duvidoso, e, seu cavaleiro Rodrigo, com sentimentos de nobreza, relações que foram-se tornando cada vez mais tensas, até
que, em 1081, El Cid foi desterrado, pela primeira vez, de Castilla.
Neste ponto, sua
história é contada em duas versões diferentes.
Segundo a
"Canción de Mio Cid", 300 dos melhores cavaleiros castelhanos
decidiram acompanhá-lo no exílio, fazendo de Zaragoza seu quartel general e
travando batalhas vitoriosas contra os mouros.
Segundo uma versão
alternativa, Rodrigo refugiou-se nas montanhas de Aragão, arregimentando um
pequeno exército cujas armas eram postas ao serviço de quem lhes pagasse mais,
fosse cristão ou muçulmano. Aliás, é também essa fonte alternativa que, ao mencionar
seu casamento com Jimena Diaz, filha do Conde de Oviedo, ocorrido pouco antes do exílio, diz,
maliciosamente, que a dama era mais velha do que ele, e muito feia, porém tinha
um patrimônio invejável.
O certo é que, nesse
tempo, Rodrigo estabeleceu vínculos com o rei mouro da taifa de Valência,
Al-Cádir, que se tornou seu amigo e protegido (segundo uma versão) ou seu
cliente (segundo outra). Foi em benefício de Al-Cadir que El Cid conquistou os
pequenos reinos de Albarracín e Alpuente.
Em 1089, o
almorávida Yusuf cruzou o estreito de Gibraltar, à frente de um numeroso
exército. A invasão ameaçava a segurança de todos os reinos espanhóis, e o rei
Alfonso pediu ajuda a Rodrigo, fazendo-o retornar a Castilla. Mas não tardou
para que a hostilidade voltasse a se manifestar entre ambos, e El Cid foi
desterrado pela segunda vez.
Nos dez anos que se
seguiram, a fama do "Campeador" cresceu. Agora liderando um grande
exército, conquistou e se tornou senhor dos reinos mouros de Lérida, Tortosa,
Dénia, Albarracín, e Alpuente.
Por volta de 1093,
ao saber do assassinato de Al-Cádir, atacou a taifa de Valência, conseguindo
tomá-la em junho de 1094, após 19 meses de cerco da cidade.
O povo espanhol tem a história de El Cid em alta estima, assim muitos a querem canta-la e versa-la em vários formatos, e a internet nos oferece uma infinidade de opiniões e roteiros, vejamos algumas:
El Cid - Um "filme" clássico de 1961 - Com Charlton Heston e Sophia Loren - dublado em português - 2hs, 59min
Conheça: Burgospedia - Comunidade Burgalesa
Colaboração: José Gonzalo Villaverde
Fonte:
Vídeo promocional - Rota de El Cid a caminho de Valência - 8 minutos
Após ser desterrado pelo Rei Alfonso IV, pôs em marcha a caminho de Valência - 1hora e 09min
Poema "Mi El Cid" - TV Educativa Espanhola - 55min e 29segs
Várias opiniões - Edição comemorativa dos 800 anos - Poema "Mi El Cid" - referencial histórico espanhol - parte 1 - 25min e 10segs
Várias opiniões - Edição comemorativa dos 800 anos - Poema "Mi El Cid" - referencial histórico espanhol - parte 2 - 23min e 47segs
Conheça: Burgospedia - Comunidade Burgalesa
Colaboração: José Gonzalo Villaverde
Fonte: